Luiz Nardelli

As paredes têm vida própria, mas por vezes tropeçam em seus alicerces. Cansadas de ouvir assuntos pertinentes à administração municipal, elas começam até a desacreditar no que ouvem, pois nos gabinetes do terceiro piso do Paço se discutem uma coisa e na prática acontece outra. Dizem que o assunto sobre a Secretaria de Indústria e Comércio não ter feito ações para industrialização de Cascavel, tem deixado o prefeito com a pulga atrás da orelha, mas quando aparece em público, o prefeito elogia a secretária Susana como se a secretaria existisse somente para pinturas da fachada do Centro de Eventos, como aconteceu na prestação de contas dos dois anos de governo Edgar.

As divisórias, primas das paredes, nos disseram que a secretária de Indústria e Comércio de Cascavel não deixará o cargo, até porque tem passagens importantes em cargos da ACIC, além de gozar de uma respeitabilidade incondicional por parte de políticos de Cascavel. Mas as divisórias acabaram ouvindo da boca do deputado Alfredo Kaefer que a secretária não é tudo isso que falam por aí. Segundo as divisórias, Kaefer não vê na secretária uma pessoa que possa transformar a cidade de Cascavel em uma metrópole industrial. Para findar, as divisórias disseram que o deputado está decepcionado com a fraca atuação de Susana Gasparovic na frente da pasta.

Os biombos por sua vez estão de molho. Nos últimos dias estão mais para ouvir e se calar do que para divulgar. Porém, não escondem que o vereador Léo Mion (PSDB), depois de ser quase “crucificado” por alguns membros do partido acusando-o de ter mudado o trajeto e apoiado o presidente Marcos Damaceno (PDT) para mais dois anos à frente da presidência, foi parar no Conselho de Ética do PSDB. Na semana, reunidos somente na presença dos biombos, foi dado o veredito: sem punição, sem maiores problemas, o conselho além de parabenizar Mion pelo gesto grandioso, ainda prometeu participar da primeira sessão da Câmara em 2011, quando Mion assume a 1ª secretaria. Pode ou quer mais!

Os tapumes, se contarem o que sabem, muitas coisas poderiam mudar de rumo. Especialmente os tapumes do prédio de moradia em construção na frente da Câmara Municipal. Segundo os tapumes da obra, o prédio que ora está sendo construído no terreno do povo de Cascavel (mas que dizem ser da ACIC) terá problemas sérios no futuro. Caso o Ministério Público resolva intervir nesta palhaçada, nessa maracutaia feita ainda em 1997, com aval da Prefeitura e da Câmara com uma lei fraudulenta de 1999 - ou seja, dois anos após terem efetuado os “acertos”-, pode contar com os tapumes da vergonha. Um Município em que faltam moradias, é piada dar terrenos para os “magnatas” construírem e especular o sistema imobiliário na “fuça” dos nossos representantes, Câmara de Vereadores e Prefeitura.